sábado, 6 de outubro de 2007

Filme revela confissões de Kurt Cobain

Mais de 13 anos depois da morte de Kurt Cobain, os fãs do Nirvana ainda tentam entender a mente obscura do gênio da música grunge, que brotou do anonimato na remota Aberdeen, no Estado americano de Washington, para virar uma lenda pop na Seattle dos anos 1990. O filme “Kurt Cobain: retrato de uma ausência”, pode jogar uma nova luz sobre o mito e fazer os fãs se sentirem mais perto – ou, talvez, menos longe – do coração perturbado do líder da banda, colocando o público no divã com Kurt.

Com uma edição que transborda sensibilidade, o longa-metragem de AJ Schnack não é um documentário convencional. Não há imagens de arquivo, depoimentos antigos, opiniões de especialistas nem entrevistas com amigos, familiares ou colegas de banda. O rosto de Cobain não é visto até os últimos momentos, mas o filme inteiro é narrado pelo próprio, que conta detalhes de sua trajetória e revela seus pensamentos sobre assuntos diversos.

O depoimento é resultado de 25 horas de entrevistas inéditas, gravadas entre 1992 e 93 pelo jornalista Michael Azerrad, autor da biografia “Come as you are: the story of Nirvana”. Para acompanhar a narração, o diretor mostra uma montagem dos lugares onde Kurt morou, estudou, trabalhou e tocou. Schnack percorreu o interior do Estado de Washington e Seattle em busca de imagens dos lugares por onde o músico passou, como são nos dias de hoje.

No filme, Cobain revela uma inteligência extraordinária, que se expressa ora numa autocrítica centrada, ora numa agressividade assustadora. Fica claro, desde o início, que aquele garoto que cantava músicas dos Beatles em Aberdeen tinha algo de maravilhoso e especial. Mas a doçura foi aos poucos corroída por feridas do passado, e o ódio guardado no peito acabou virando paranóia. O final da história todo mundo sabe qual é!

Nenhum comentário: